A falta de água está a preocupar as famílias que agora lutam para combater o surto de cólera, que está a espalhar-se a grande velocidade, principalmente em Luanda.
Entretanto, a água dos camiões-cisterna, quando aparece, não tem qualidade, o que está a levar centenas de famílias a comprarem água filtrada ou purificada, em diversos estabelecimentos devido à má qualidade da água, como noticiou no passado dia 10 o Novo Jornal.
Nas zonas suburbanas, muitas são as torneiras de onde não sai uma pinga de água há vários dias, como atestou o Novo Jornal, uma situação que deixa aflita a população.
Há zonas em que o bidão de água de 20 litros está a ser comercializado a 300 kz, comparativamente aos 50 ou 100 kz, anteriores.
Devido à falta de água da rede pública e à péssima qualidade quando jorra ou é adquirida nos camiões-cisterna, muitas famílias optam por consumir água filtrada ou mineral, mas asseguram que não há bolso que aguente, por isso, querem ver solucionada a situação o mais depressa possível.
A Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL) diz que várias zonas das províncias de Luanda e Icolo e Bengo enfrentam restrições no fornecimento de água potável devido a uma avaria nos Sistema de Tratamento e Distribuição.
Kelson Domingos, o administrador da EPAL, disse esta quarta-feira aos jornalistas que tudo fazem para reverterem o quadro actual.
Quanto às reclamações relativamente à péssima qualidade da água, o administrador disse que estão em curso medidas técnicas para o seu melhoramento.
"Estamos agora a implementar medidas de reforço para rapidamente podermos controlar", afirmou o responsável.
Após um período sem surtos entre 1995 e 2000, o País sofreu um enorme surto de cólera em 2011, resultando em 2.284 casos e 181 mortes, segundo o a orrganização Mundial da Saúde (OMS). O surto mais recente aconteceu entre 2016 e 2017 e afectou as províncias de Cabinda, Luanda e Zaire com um total de 252 casos e 11 mortes, números já superados nestas últimas três semanas.